quarta-feira, 4 de junho de 2008

Deito. Fecho os olhos e tento relaxar corpo/mente/espírito. Mas não consigo. Palavras, gestos, passado, futuro, presente a embaralhar-se com imagens em minha mente/espírito. E não consigo dormir, o corpo reclama, o espírito é involuntário. Tento cansar os olhos, ficando com eles abertos no semi breu quebrado por uma luz que vem do interior de um apartamento vizinho até a janela de onde estou. A mente que reclama agora: Não Força! O que fazer? Enqto escuto o som do motor da geladeira... penso que, contar carneirinhos éh um disparate! Será que alguém já conseguiu essa façanha? Digo isso porque em uma única vez que tentei, logo após o terceirinho carneirinho... virou uma loucura, eles sairam de ordem e sem nenhum constrangimento começaram a pular todos de uma só vez! Isso que eu chamo de furar fila. ... Busco outras alternativas. E dentre elas, a primeira éh acender um inimigo. Acendo... e concluo que agora conseguirei pensar melhor. Tudo condicionado, aliás, mal condicionado. Mas fazer o quê? Fico um tempo olhando fixamente para o teto branco, mas isso cansa-me. Quase um marasmo de tão torturante e vazio. Se ao menos fosse negro, ludicamente chegaria a ver estrelinhas à brilhar. Mas éh branco! Infinitamente branco, cor do nada, do vazio extremo. Saudades agora da casa da minha vó Wilma, mesmo com o rígido toque de recolher, deitava sem sono embalada pelo antigo relógio Tic Tac, ainda gosto deste barulhinho. Naquelas noites soava como um coração a bater perto de mim e eu assim conseguia adormecer. Mas o barulho da geladeira é diferente, não tem quebra, é direto e vez ou outra há um solavanco inesperado. Me assusto. Volto a olhar para o vazio branco e sinto vontade de qdo fazia isso e surgia inesperadamente uma lagartixa, e ficávamos depois de ambos os sustos a contemplarmos-nos por londo tempo. Paro um pouco, olho em volta, penso na vida, tem tantas coisas que queria que fossem diferentes. Mas esse pensamento já éh um passo. Depende de mim, depende do tempo, da hora certa, mas sou tão ansiosa. As coisas irão acontecer na minha vida, na vida das pessoas que amo, nas vidas das pessoas que merecem. Isso éh justo! Outro solavanco desperta-me. Se há poucos minutos eu estava sem sono, agora estou com os olhos maisx arregalados do que nunca. Me vêm a mente que passei anos de minha vida pensando no passado, hoje consigo viver no presente... desejando o futuro, mas consigo hoje viver no presente! Mas de uma coisa não escapo, sinto saudades de minha infância, essa nostalgia não dispenso, nem conseguiria! Minha infância de altos & baixos, nada diferente do agora. Hoje estou no meio e com vontade de não sei o quê... Talvez o Tic Tac...?! Talvez o talvez? talvez o futuro no presente? talvez estar viva amanhã? talvez não? talvez que os acontecimentos mudem? talvez que outras não? que o talvez deixe de ser talvez? talvez... quem sabe? amanhã sem talvez! E dentre todas as alternativas, esta foi a melhor. E agora vou reler... Talvez!

madrugada, 2 junho
kS




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