sexta-feira, 13 de janeiro de 2012


Fragmentos de um dia vazio
me são pálidos instantes.
Que não passam, não param...
Mistura de pensamentos quebrados
como uma pintura surrealista,
presa em objeto qualquer.

kS, 14 novembro/2010.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Sou..

Corre o vento oeste... Estou à espreita, presságios camuflados dentro deste instante. Tomo meu café enquanto nos deciframos. E isso eh tão antigo, de outro tempo, não este.
Onde estávamos no primeiro tempo? O que fazíamos? Quem éramos? Sensações fragmentadas do todo e tomo outro gole de café.
Essa inquietude assusta-me, escondo-me de quem? de mim mesma, talvez? Conversamos por horas, as vezes enjoamos e nos separamos um pouco, mas não por muito tempo. Mas não estamos sozinhos, a sombra nos observa, ela vem daquele tempo. Nem precisa materializar-se, reconheço-a! É como se por instantes eu voltasse aquela remota época, idade média. Mas a floresta sempre aparece... Fazia eu parte de uma tribo?
Minha alma retorna ao não tão longuínquo andes americanos, e vejo no que tornou-se hoje, indescritível momento, como posso viver bem aqui? aqui, aqui mesmo! Sou de lá, porque estou aqui? por que esta missão tempestuosa? Porque tenho a pele extremamente branca? Sou negra, sou indígena na essência. Isto também faz parte da missão? Essa ea explicação por eu nunca querer aprender alemão com meus pais na minha infância? Sempre preferi outras línguas... inglês 'americanO", Esperanto, hebraíco, africano...
Amo a miscigenação, a mistura de cores e culturas. A divisão à misturar-se, criando a cara que identifico-me. Minha cara, mas não esta! Meu cabelo não eh como eu queria... encaracolado, crespo. Minha pele não tem o tom que busco ao sol, meus olhos não são da cor de jabuticaba. Nem ao menos escuros. Minha voz não tem a força do negro. Meu espírito têm! Minhas paredes são de taípa. Sou cafusA!

kS 25-6-08
16hs

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Promessa ao Infinito!

Sim! Fiz uma promessa ao infinito
e isso faz com que eu me sinta
feliz neste dia triste
pensamento que me confronta!
adentro a noite com esse
suave resquício...
me dou conselhos até a exaustão
desse mono-debate intimo
e já fatigada sussuro baixinho
'quer minha alma?'
... fique à vontade... ela já não
me pertence mais!
insiste a caminhar em outros passos...
Vai...! Segue teu destino! retarque minha
carcaça em meio a dissabores
escuto-a ao longe, pois minha alma
já encontra-se perante a porta... entro sem hesitar!
e em extrema felicidade encontro-te desconhecido
e volitamos no espaço, percorremos caminhos
sorrimos em unicidade
cada qual uma asa de um inteiro pássaro
e juntos encontramos as respostas
todas!
Em absoluta transparência
e sorrimos novamente, mas um sorriso diferente
que só éh permitido as almas como as nossas
que carregam tesouros no peito
e que quase parando, disparam em melódias
e assim, permito-me alcançar o impossível
o que por hora o infinito ecoa
mas nada éh impossível em espírito
que não possa concretizar-se em todas as conjunturas
e vamos juntos desvendando as impressões
que antes nos eram apenas...
Indefiníveis!

kS, 18 junho/2008
madrugada

Meu agasalho

Acordo
sinto frio
agasalho a alma
espero o tempo mude
tenho sentido medo
abraço-me querendo
entender a vida
sinto uma opressão
disfarçada de sorrisos
pusilaninamente sorrio
com a alma em gotículas
cárcere de mim mesma
quero voltar a voar em companhia dos 'quero-quero'
preciso sair da inércia
mas minha alma mal posta-se em pé
noutras corre... volitando em meio ao tudo
que mais admiro
que mais quero
que espero!
quero um sinal... verde!
quero expandir o que sufoca n'alma
compressamente vou tentando viver
buscando em cada amanhecer
a força do universo
'quero-quero'
e ainda sinto frio...

kS, 18 junho/2008 23:... de uma noite muito fria.

e ainda sinto frio...

Meu Mundo











Me perco em meio a tantos desejos
verrosímel olhar diante deste
mundo que não pertenço.
Sou toda mais além, projéctil configurado
de um desejo único e não linear
mas com fundamento em si mesmo
subentendido como admiro, não as escuras
tão simples...
desejo revolucionário em estreita caminhada
de um mundo, sem patifarias, alegorias côncavas,
de "voias" lúcidas
escambos de sentimentos perecíveis
substitui o verdadeiro
apenas táctil...
Isso faz meu coraçaõ em frangalhos
vejo o mundo com os olhos do bem querer...
aonde todos condensam-se em um só corpo
a viver a alma incondicional
O que pensa o mundo a respeito de nós??

kS

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Deito. Fecho os olhos e tento relaxar corpo/mente/espírito. Mas não consigo. Palavras, gestos, passado, futuro, presente a embaralhar-se com imagens em minha mente/espírito. E não consigo dormir, o corpo reclama, o espírito é involuntário. Tento cansar os olhos, ficando com eles abertos no semi breu quebrado por uma luz que vem do interior de um apartamento vizinho até a janela de onde estou. A mente que reclama agora: Não Força! O que fazer? Enqto escuto o som do motor da geladeira... penso que, contar carneirinhos éh um disparate! Será que alguém já conseguiu essa façanha? Digo isso porque em uma única vez que tentei, logo após o terceirinho carneirinho... virou uma loucura, eles sairam de ordem e sem nenhum constrangimento começaram a pular todos de uma só vez! Isso que eu chamo de furar fila. ... Busco outras alternativas. E dentre elas, a primeira éh acender um inimigo. Acendo... e concluo que agora conseguirei pensar melhor. Tudo condicionado, aliás, mal condicionado. Mas fazer o quê? Fico um tempo olhando fixamente para o teto branco, mas isso cansa-me. Quase um marasmo de tão torturante e vazio. Se ao menos fosse negro, ludicamente chegaria a ver estrelinhas à brilhar. Mas éh branco! Infinitamente branco, cor do nada, do vazio extremo. Saudades agora da casa da minha vó Wilma, mesmo com o rígido toque de recolher, deitava sem sono embalada pelo antigo relógio Tic Tac, ainda gosto deste barulhinho. Naquelas noites soava como um coração a bater perto de mim e eu assim conseguia adormecer. Mas o barulho da geladeira é diferente, não tem quebra, é direto e vez ou outra há um solavanco inesperado. Me assusto. Volto a olhar para o vazio branco e sinto vontade de qdo fazia isso e surgia inesperadamente uma lagartixa, e ficávamos depois de ambos os sustos a contemplarmos-nos por londo tempo. Paro um pouco, olho em volta, penso na vida, tem tantas coisas que queria que fossem diferentes. Mas esse pensamento já éh um passo. Depende de mim, depende do tempo, da hora certa, mas sou tão ansiosa. As coisas irão acontecer na minha vida, na vida das pessoas que amo, nas vidas das pessoas que merecem. Isso éh justo! Outro solavanco desperta-me. Se há poucos minutos eu estava sem sono, agora estou com os olhos maisx arregalados do que nunca. Me vêm a mente que passei anos de minha vida pensando no passado, hoje consigo viver no presente... desejando o futuro, mas consigo hoje viver no presente! Mas de uma coisa não escapo, sinto saudades de minha infância, essa nostalgia não dispenso, nem conseguiria! Minha infância de altos & baixos, nada diferente do agora. Hoje estou no meio e com vontade de não sei o quê... Talvez o Tic Tac...?! Talvez o talvez? talvez o futuro no presente? talvez estar viva amanhã? talvez não? talvez que os acontecimentos mudem? talvez que outras não? que o talvez deixe de ser talvez? talvez... quem sabe? amanhã sem talvez! E dentre todas as alternativas, esta foi a melhor. E agora vou reler... Talvez!

madrugada, 2 junho
kS




sexta-feira, 23 de maio de 2008

O Grande OlhO








De onde provém esse turbilhão de pensamentos que surgem, que me inquietam em alguns dias e noutros sinto meu espírito euforicamente quente, vibrando ordenadamente confiante em algo que está acontecendo, eu sei q está. Aconteceu... já aconteceu! Lá vem a represália a assaltar-me... mas... aconteceu mesmo? Meu Deus, na verdade não sei se está acontecendo, mas posso dizer q aconteceu! Sinto isso em cada ‘fibra’ de minha não matéria. Sim, Não/ Não, Sim... que maluquice a minha! Apenas ouso me dar respostas às vezes vazias... mas, tento. Não me contento e elas voltam, com mais força... relaxo e deixo os dias passarem, ausente de tudo. E assim vivo feliz no meu mundinho, egoísta q sou, protagonista de minha falsa ventura. Descasco-me aos pouquinhos e vou surgindo... eh corro pelos caminhos com os olhos sorrindo, abraçando cada vida verde que encontro, mas por enqto só no pensamento. O desconhecido revela-se novamente, da mesma forma, só q com mais intensidade. O mesmo retrato de outrora, a mesma sensação em uma nova circunstância antiga de onde tanto tentei fugir e desejei. Isso é certo? Não/Sim novamente... quem sou? O que estou fazendo? Que anseio desordenadamente ordenado, mas tb não procuro o linear, gosto das disformidades, excentrismo talvez num todo onde o senso comum, o “padrão” não agrada-me. Por que dizem q um dia cinza é sinônimo de dia triste? de dia pacatamente sem algo extraordinário? Eu amo dias cinzas, olhos castanhos, quisera eu tê-los!! Amo tomar sorvete no inverno, mais que no verão, trocar o dia pela noite... Ah como amo a noite! Um interminável véu de “ausência de cor”, o breu é a cor mais forte para mim! Como ousam...?! A noite é o meu fiel escudeiro, meu clímax de encontro perfeito... com seus olhinhos ofuscando e a lua ( o grande olho) a aflorar e desencadear os mais puros sentimentos dentro de mim. Ah o céu à noite... Mas por q estou escrevendo isso?? ‘Não quero falar sobre isto agora!’ amei este filme... já desviei de novo... ah os atalhos, sempre à espreita! São eles q preparam-te para o caminho certeiro... o tão desejado. Sorrateiramente agora, me bate uma leve angústia, do nada... sinto meu coração espremido como se quisesse esconder-se. Quero tanto fazer as pessoas felizes, assim tb serei. Mas não falo da sórdida felicidade que muitos confundem com mera alegria momentânea, penso em felicidade de fato. Penso nas formas de fazer isso, demonstrar, mas concluo que não preciso pensar nas formas e sim deixar fluir a minha alma sem obstáculos. Só isso me basta!! Amanhã é um novo dia!!

Feriado, kS