sexta-feira, 25 de julho de 2008

Sou..

Corre o vento oeste... Estou à espreita, presságios camuflados dentro deste instante. Tomo meu café enquanto nos deciframos. E isso eh tão antigo, de outro tempo, não este.
Onde estávamos no primeiro tempo? O que fazíamos? Quem éramos? Sensações fragmentadas do todo e tomo outro gole de café.
Essa inquietude assusta-me, escondo-me de quem? de mim mesma, talvez? Conversamos por horas, as vezes enjoamos e nos separamos um pouco, mas não por muito tempo. Mas não estamos sozinhos, a sombra nos observa, ela vem daquele tempo. Nem precisa materializar-se, reconheço-a! É como se por instantes eu voltasse aquela remota época, idade média. Mas a floresta sempre aparece... Fazia eu parte de uma tribo?
Minha alma retorna ao não tão longuínquo andes americanos, e vejo no que tornou-se hoje, indescritível momento, como posso viver bem aqui? aqui, aqui mesmo! Sou de lá, porque estou aqui? por que esta missão tempestuosa? Porque tenho a pele extremamente branca? Sou negra, sou indígena na essência. Isto também faz parte da missão? Essa ea explicação por eu nunca querer aprender alemão com meus pais na minha infância? Sempre preferi outras línguas... inglês 'americanO", Esperanto, hebraíco, africano...
Amo a miscigenação, a mistura de cores e culturas. A divisão à misturar-se, criando a cara que identifico-me. Minha cara, mas não esta! Meu cabelo não eh como eu queria... encaracolado, crespo. Minha pele não tem o tom que busco ao sol, meus olhos não são da cor de jabuticaba. Nem ao menos escuros. Minha voz não tem a força do negro. Meu espírito têm! Minhas paredes são de taípa. Sou cafusA!

kS 25-6-08
16hs

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